quarta-feira, 2 de setembro de 2009
“SUDOESTE ESTÁ REFÉM DA CRIMINALIDADE”
sexta-feira, 28 de agosto de 2009
Grupo de teatro Guanambiense encerra o Festival de Teatro em Jequié
O Grupo de Teatro Gota, de Guanambi, fará o encerramento do I Festival de Teatro de Jequié com a apresentação da comédia “Machos por acaso”, no Centro Cultural Antonio Carlos Magalhães, no próximo sábado, dia 29 de agosto.
Foto:
O Festival oferece mais de 10 mil reais em prêmios e tem a participação de espetáculos de Caetité, Guanambi, Cândido Sales, Brumado, Jequié, Vitória da Conquista, Barra do Choça e Brumado.
Para Jó Oliveira, ator, autor do texto e diretor do espetáculo Machos por acaso, “só o fato de ser selecionado para participar do evento já um prêmio para o teatro de Guanambi”. A grupo chega a Jequié no dia do espetáculo e se apresenta às 19 horas, “já apresentamos 2 vezes no local, portanto, o reconhecimento de palco não será preciso”. Lembra Jó Oliveira.
Documentário sobre Waldick Soriano coloca sertão baiano no mapa
MARCUS PRETO
Enviado especial a Caetité (BA)
Já era a quinta ou sexta pergunta que começava exatamente do mesmo jeito. "Oi, Patrícia. Eu também gostaria de dizer, como cidadão caetiteense, que é um orgulho para a nossa cidade poder contar aqui com a presença ilustre da maior atriz brasileira dos tempos de agora. Uma das maiores. O que eu queria saber era se..."
Filme sobre Waldick Soriano estreia em SP nesta sexta-feira
A dúvida era o de menos. O que importava de fato para aqueles jornalistas, e isso eles deixavam escapar em cada tremida nervosa de voz, era fazer o tal agradecimento.
Diretora do filme "Waldick Soriano - Sempre no Meu Coração", ela, "a maior atriz brasileira dos tempos de agora", estava incluindo a desconhecida Caetité no mapa do Brasil. Era mais ou menos isso o que eles queriam dizer. Ver documentada em filme a história do filho mais famoso daquela terra fazia com que cada um ali se sentisse também lembrado, representado, importante, vivo. E isso fazia um bem danado para a autoestima da cidade toda.
Ricardo Prado/Divulgação |
O documentário de Patrícia Pillar sobre o cantor Waldick Soriano é projetado na tela redonda da Praça da Catedral, em Caetité |
Era uma noite gelada de quinta-feira, 13 de agosto último. Estavam, os jornalistas e Patrícia Pillar, em uma coletiva de imprensa no anfiteatro da Casa Anísio Teixeira, no Centro de Caetité. Para chegar ali, a atriz/diretora teve que viajar por quase 12 horas.
Primeiro, um voo do Rio, onde mora, a Salvador. Depois, outro, em avião de 30 lugares, até Vitória da Conquista, interior da Bahia. Por fim, enfrentou mais de quatro horas em uma van numa estrada tão esburacada que o velocímetro não ultrapassava os 30 km/h.
A viagem sofrida tinha um sentido emocional. Depois de algumas exibições em festivais e em canais de TV a cabo, seu filme sobre Waldick Soriano (1933-2008) finalmente ganharia os cinemas --mas só os de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador e Fortaleza. Nada mais justo que a cidade do documentado fosse a escolhida para a pré-estreia, em sessão ao ar livre na Praça da Catedral.
"Não sei quantas pessoas vieram, não. A gente estava cuidando aqui, mas não conseguiu contar", (não) informava um policial, pouco antes da projeção. Seu colega dava o palpite: "Pelo que eu vejo tem aqui umas 6.000 pessoas, porque a praça está bem lotadona".
Se o chute dele estava mesmo certo, mais de 10% da cidade --Caetité tem aproximadamente 50 mil habitantes-- haviam baixado ali para ver o filme. O filme? "Patrícia, cadê você, eu vim aqui só pra te ver!"
Quem puxava o coro, que repercutia em toda a praça, era o grupo de meninas que chegou bem cedo para ficar mais perto do palco. "A gente queria tirar uma foto com a Flora, me leva lá?", pedia uma delas, mostrando a câmera digital e cartazes com a foto da atriz, a quem quer que tivesse alguma pinta de estar envolvido com o evento. Flora, no caso, é o nome da vilã interpretada por Pillar na última novela das oito.
Depois de um pequeno discurso da diretora, que, tímida, resumiu sua relação com Waldick e "os mistérios que rondaram nossos silêncios e eu nunca quis quebrar", o vozeirão do cantor toma a praça, enquanto sua imagem surge na tela --redonda-- lá no alto.
O coro foi murchando, as câmeras entraram nas bolsas, as fotos de Flora foram para o chão. Caetité fez silêncio. Era hora de se assistir no cinema.
Caetité: Construção ameaça Ponta da Tulha
sábado, 10 de janeiro de 2009
Poesia
Augusto dos Anjos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Aberta 2a etapa de matrículas
A segunda etapa de matrícula para novos alunos na rede pública estadual começou no último sábado, dia 10. Esta fase visa atender pessoas que ainda não solicitaram vagas por motivo de viagem, doença, mudança ou outros imprevistos. Os pedidos de vagas podem ser feitos no call center, pelo 0800-645-6556, ou na página virtual www.matricula.go.gov.br. O prazo vai até 21 de janeiro. É necessário informar o nome completo do aluno, da mãe ou do responsável, data de nascimento do aluno, curso, ano e turno, telefone para contato e as três escolas de preferência. A confirmação e a efetivação da matrícula para esta etapa vão de 26 a 30 de janeiro. Na primeira fase, houve 71,8 mil solicitações de vaga pelo call center e outras 27,2 mil pela internet. Ao total, quase 100 mil solicitações. Para estes, o período de confirmação e efetivação da matrícula começa nesta segunda, 12, e vai até a sexta, 16. O ano letivo começa no dia 2 de fevereiro. (Fonte: Agecom)
Os caminhos tortuosos da política
A política como ciência tem sua importância no processo de formação do poder governante. Isso se constitui em necessidade natural, pois na própria natureza humana está presente essa carência de governo, sem o qual a sociedade fica anarquizada, com o caminho aberto para o caos.
Aristóteles já afirmava que o homem é um animal político e, como tal, jamais poderá prescindir dessa ciência, porque é ela que nos coloca no caminho da organização, da ordem e da justiça social, sem as quais muitas nações já desapareceram completamente do cenário histórico.
No decorrer da história o homem tem procurado se organizar por meio de regimes políticos diversos, ora pelo sistema monárquico, socialista, democrático e até teocrático no qual está o cetro da religião, mas todos eles se apresentaram falhos nas suas funções de governar para o bem comum. Essas falhas ocorrem nem tanto pelo regime em si, mas por causa dos que foram constituídos pelo povo para organizar e governar bem.
Entretanto, pensar no bem comum é raridade. Esse sentimento encontra lugar em poucos corações e por causa disso os homens quando no poder, com raríssimas exceções, suga dele (o poder) tudo que podem em benefício próprio. Isso é fato e a história tem testemunhado as grandes mazelas da maioria dos que chegam lá.
O povo precisa reagir a isso, tomar cuidado com os discursos floridos de falsas promessas, as visitações só em tempo de eleições, os abraços e beijinhos, e a tudo que se apresentar como forma de conseguir votos.
Curiosamente, a grande maioria dos políticos se empenha mais em mostrar serviço em ano eleitoral. É nessa época que as máquinas roncam na recuperação de ruas, tapando buracos e construindo obras e mais obras.
Eventos sociais com balões, pipocas e muitas brincadeiras para a criançada começam a acontecer. Já foi dito: "faça bem aos filhos, e os pais virão a nós" . E vem mesmo! Porque estão aculturados à receber a balinha açucarada do momento e, depois, ingerir o fel dos anos intermináveis e insuportáveis da roubalheira e do descaso para com o povo.
Bem dizia Maqiavel em seus discursos: matem os filhos de Brutus, senão eles se multiplicarão e vos matarão depois. É hora do povo se acordar e expulsar do poder essas raposas que lá estão aguardando apenas as uvas maduras dos jardins palacianos, e não permitir que outras de caráter igualmente duvidosos ocupem essas cadeiras.
É o povo que tem o poder de mandar sentar e mandar levantar do trono seus representantes políticos. Por esse motivo deve selecionar de forma mais criteriosa os seus representantes, olhando não o dinheiro que eles têm ou deixam de ter, mas, sobretudo o caráter e a história de vida de cada um, e só depois votar.
Quem na vida privada ou particular é caloteiro, prostituto, mentiroso, beberrão, infiel nos compromissos sejam eles do tamanho que for, será muito mais na vida pública, porque terá mais poder em suas mãos e administrará o dinheiro dos outros, ou seja, do povo. Também não podemos nos esquecer de outros privilégios que os políticos com mandato têm, com a certeza da imunidade para fazer praticamente tudo que é imoral, porém, legal, desfrutando das benesses das leis por eles mesmos criadas, com o fim exclusivo de protegê-los.
Ética é uma virtude que se traz de berço e não se aprende nos bancos de escola por mais que a ensinem. Quem não é ético na vida privada, certamente que não o será na vida pública.
João Gomes da Silva é escritor, teólogo, conferencista e orador oficial da Academia Gurupiense de Letras. E-mail: revjoaogomes@gmail.com